quinta-feira, 12 de novembro de 2009

História - O SÉCULO XXI


INTRODUÇÃO

Muitos devem ter assistido ao filme “Matrix” , grande sucesso do cinema. A ação se passa em um cenário futurista no qual máquinas-computadores dominam o mundo, desolado por uma guerra nuclear, e escravizam os seres humanos através de um sistema conhecido como “Matrix” até que um hacker de computador (Keanu Reeves) aparece para libertar a humanidade. Em outro filme, “O Inimigo do Estado”, o ator Will Smith é perseguido o tempo todo por sofisticados sistemas de satélites através de chips instalados em sua roupa. Ambos os filmes retratam um futuro dominado pelas novas tecnologias e pelos meios eletrônicos, o que nos parece bastante familiar, afinal, neste início do século XXI já vivemos uma realidade caracterizada pelo uso intensivo do computador, da informática e dos sistemas avançados de telecomunicações, informação e comunicação, que ganharam grande impulso a partir das últimas décadas do século passado.
Essa revolução tecnológica acelerou-se formidavelmente nas últimas décadas, com o desenvolvimento da internet e da biotecnologia, destacando-se os produtos transgênicos, a clonagem e o Projeto Genoma Humano. Neste texto você encontrará uma breve apresentação desses assuntos.
No entanto, não podemos esquecer que esse “admirável mundo novo” não extinguiu as guerras, os conflitos mundiais e as desigualdades sociais do século XX. Ao invés disso, hoje são produzidas armas com poder de destruição nunca imaginado antes e a riqueza encontra-se cada vez mais concentrada nos países desenvolvidos. Junto com a “Era da Informação” ou a “Era Digital” também surgiu a “Era do Terror” e a chamada “exclusão digital”, representada por grupos de países e pessoas que praticamente não tem acesso às novas tecnologias, como é o caso de muitas nações pobres.

1. O ATENTADO DE 11 DE SETEMBRO

Em 2001, milhões de pessoas no mundo todo assistiram pela TV a uma cena impressionante e de profundo significado histórico: o atentado terrorista ao World Trade Center, em Nova York, nos EUA, e ao Pentágono, em Washington (capital do País), ocorrido em 11 de setembro. Nesse dia, 19 terroristas fundamentalistas islâmicos sequestraram quatro aviões comerciais norte-americanos, assumiram a direção e, numa ação quase simultânea, arremessaram, primeiro, um dos aviões contra um dos prédios do World Trade Center - WTC (conjunto arquitetônico, considerado até então um dos mais altos do mundo, situado na Ilha de Manhattan, em Nova York, composto de dois arranha-céus: as torres norte e sul). O avião chocou-se contra a parte superior do edifício e, em seguida, explodiu. Exatamente quinze minutos depois, um segundo avião atingiu com grande impacto a torre sul do WTC e também explodiu. Passados menos de trinta minutos, um terceiro avião explodiu ao chocar-se contra as instalações militares do Pentágono, sede das Forças Armadas dos EUA. O quarto avião aparentemente não atingiu o alvo definido pelos terroristas: seus destroços foram achados nas redondezas da cidade de Somerset, no estado da Pensilvânia, sem deixar sobreviventes, assim como os anteriores. As circunstâncias da queda não foram esclarecidas. Segundo as informações, o avião estaria se dirigindo à Casa Branca, sede do governo norte-americano. Em função disso, circularam boatos de que poderia ter sido abatido por mísseis da Força Aérea americana.

A Queda das Torres Gêmeas

Como consequência das explosões ocasionadas pelo impacto do choque dos aviões, carregados de toneladas de combustível, as chamadas torres gêmeas do World Trade Center desabaram completamente, cobrindo Nova York com uma gigantesca nuvem de cinzas e fumaça. Resultado da tragédia: 2.816 mortos. Esse número só não foi maior porque o atentado ocorreu antes da abertura do expediente de trabalho; caso contrário, o total de mortes poderia chegar a 6 mil ou mais, conforme estimativas iniciais. No caso do atentado ao Pentágono, não foram divulgadas informações detalhadas; a versão oficial é de que teria sido de menor intensidade. Essa sucessão de fatos, ocorridos no intervalo de apenas uma hora, abalou os EUA e o mundo devido ao seu ineditismo (aviões de passageiros nunca haviam sido usados antes em atentados terroristas), intensidade (nunca uma ação terrorista havia causado tantas mortes), ousadia (ataque à maior potência econômica e militar do planeta) e força das imagens (o choque dos aviões contra as torres gêmeas e o desabamento do WTC).

O atentado minuto-a-minuto

8:48 – O primeiro avião (Boeing 737, da American Airlines) choca-se com a torre norte do WTC.
9:03 – O segundo avião (Boeing 767, da United Airlines) atinge em cheio a torre sul do WTC.
9:40 – Um terceiro avião (da American Airlines) atinge o prédio do Pentágono, em Washington.
10:02 – A torre sul do WTC desaba.
10:03 – Um outro avião (da United Airlines) cai em Somerset, na Pensilvânia.
10:29 – A torre norte do WTC também desaba.
21:30 – O presidente George W. Bush promete encontrar e punir os culpados pelo atentado.

1.2 AS CONSEQUÊNCIAS DO ATENTADO

Os EUA e o mundo nunca mais serão os mesmos depois de 11 de Setembro de 2001. As consequências econômicas, políticas, sociais e religiosas do atentado deverão se fazer sentir por muito tempo ainda. Afinal, os EUA – a única superpotência mundial da era Pós-Guerra Fria, depois da dissolução da União Soviética (URSS) e do chamado bloco socialista – foram atacados pelo inimigo em seu próprio território, pela primeira vez na História. O impacto do atentado talvez só seja comparável, historicamente, ao ataque japonês a Pearl Harbor durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e à Guerra do Vietnã (1954 – 1975). É verdade que já haviam ocorrido outros dois atentados terroristas nos EUA: em 1993, uma bomba destrói parte da frente do World Trade Center, deixando 6 mortos; em 1995, um prédio do governo federal em Oklahoma é destruído e 168 pessoas morrem na explosão. No entanto, nenhum desses fatos tem a mesma importância histórica que o atentado de 11 de Setembro.

1.2.1 A invasão do Afeganistão e a caça a Bin Laden (2001-2002)

Imediatamente após o atentado, o presidente Bush acusa a organização terrorista Al-Qaeda e seu suposto líder, o milionário saudita Osama Bin Laden, como responsáveis pelo atentado e anuncia o início de uma operação intitulada Guerra contra o Terror, que começa com o ataque militar ao Afeganistão, país da Ásia Central dominado pelo regime fundamentalista islâmico do Taleban. Esse grupo abrigaria Bin Laden – declarado inimigo público nº 1 dos EUA - e campos de treinamento de terroristas da Al-Qaeda. Bush promete que os EUA “libertará o mundo dos malvados”. Em reunião da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), são apresentadas supostas provas (nunca comprovadas) do envolvimento de Bin Laden e da Al-Qaeda com o atentado ao World Trade Center.
Bush obtém o apoio da OTAN e do Reino Unido (do primeiro-ministro Tony Blair), entre outros países, instala bases militares no Paquistão – país vizinho ao Afeganistão – e ordena uma série de bombardeios maciços ao Afeganistão, com o objetivo declarado de capturar Bin Laden “vivo ou morto”. Após meses de ataques, o Taleban se rende, mas o paradeiro de Bin Laden permanece desconhecido. Segundo boatos, ele teria sido morto, mas a rede de TV Al-Jazira divulga um vídeo supostamente gravado por Bin Laden após os bombardeios. A não ser por essa imagem, ele nunca mais seria visto..., mas suas palavras, convocando uma “guerra santa” do mundo árabe contra os EUA e os inimigos do Islã, corre o mundo. Nos EUA aumenta a perseguição a pessoas de descendência árabe, com a detenção em massa de muçulmanos suspeitos de atividades terroristas. As fronteiras do país são reforçadas e o sistema de imigração também é modificado para impedir a entrada de imigrantes ilegais.

1.2.2 A nova política externa dos EUA

Em setembro de 2002, um ano depois do atentado à Nova York e Washington, o presidente Bush divulga um documento intitulado “A Estratégia de Segurança Nacional dos EUA”, conhecido como “Doutrina Bush”, no qual defende o direito dos EUA de “agir preventivamente” contra países que representam “ameaças à civilização” ao apoiarem o terrorismo e a produção de armas de destruição em massa. Segundo o documento, esses países fariam parte do “Eixo do Mal”, integrado por Iraque, Irã e Coréia do Norte. “Não vamos hesitar em agir sozinhos, se necessário, para exercer o nosso direito de autodefesa”, diz Bush, reafirmando a supremacia militar norte-americana: “Nossas forças serão suficientemente fortes para dissuadir potenciais adversários de buscar desenvolvimento militar na esperança de ultrapassar, ou igualar, o poder dos EUA”.

1.2.3 A ocupação militar do Iraque e a prisão de Saddam Hussein (2003-2004)

Em 19 de março de 2003, Bush ordena a ocupação militar do Iraque, país governado pelo presidente Saddam Hussein, antigo aliado norte-americano na guerra Irã-Iraque (1980-1988). Sem o aval da ONU (Organização das Nações Unidas) e de países europeus importantes como a França e a Alemanha, tropas norte-americanas e britânicas invadem o Iraque, acusado de desenvolver secretamente armas de destruição em massa e apoiar o terrorismo. Saddam Hussein é descrito como um ditador sanguinário que deveria ser afastado do poder para o restabelecimento da democracia.Em abril, os EUA tomam Bagdá, capital do Iraque, mas prossegue a resistência ao domínio norte-americano. Grupos terroristas realizam ataques diários contra as forças de ocupação. Em agosto, um atentado a bomba destrói o prédio da ONU em Bagdá, matando o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, chefe da missão da ONU no país, e mais 22 funcionários da organização. Em 13 de dezembro do mesmo ano, Saddam Hussein é finalmente capturado e preso.

1.2.4 As críticas ao governo Bush

Em junho de 2004, os EUA transferem o poder para uma junta de governo formada por iraquianos, mas mantém a ocupação militar do país. Assim, também continuam os ataques contra soldados americanos e os sequestros (seguidos de execução) de funcionários de empresas estrangeiras e de países aliados dos EUA. Também são divulgadas denúncias de tortura de prisioneiros de guerra na prisão de Abu-Ghraib. Tudo isso causa grande repercussão na opinião pública norte-americana e internacional, reduzindo o apoio interno e externo ao governo Bush. Nos EUA, o assunto transforma-se em tema da campanha eleitoral à Presidência da República. Bush é candidato à reeleição. Muitos críticos e estudiosos afirmam que a política agressiva dos EUA para o Oriente Médio tem como objetivo principal o controle das ricas reservas de petróleo do Iraque, segundo maior produtor mundial, atrás apenas da Arábia Saudita. Os EUA são os maiores compradores de petróleo do mundo. Outros mencionam a necessidade de defender Israel – aliado dos EUA – ante o avanço dos palestinos e os interesses americanos na região diante da influência de países muçulmanos como o Irã e de ex-inimigos como a Rússia e a China. Em maio de 2004, no Festival de Cannes (França), o cineasta Michael Moore apresenta o documentário "Fahreinheit 9/11", manifestadamente contrário ao governo Bush e à escalada militarista dos EUA.

2. AS NOVAS TECNOLOGIAS

Se fosse possível a um homem do passado viajar no tempo e aterrissar nos dias atuais, ele pouco entenderia do que é publicado pelos jornais e revistas do século XXI. Para falar a verdade, mesmo hoje, muitas pessoas ainda não sabem exatamente o que significa informática, internet e biotecnologia, por exemplo. Então, vamos esclarecer um pouco esses termos.

2.1 INFORMÁTICA E INTERNET

Informática é a ciência e o conjunto de técnicas utilizadas para o processamento, transmissão, armazenamento, recuperação e utilização de dados (informações). O seu principal instrumento é o computador, em função de sua capacidade de realizar operações matemáticas bastante complexas em frações de segundos. Até a década de 1970, somente cientistas, pesquisadores e algumas grandes empresas utilizavam computadores, que eram extremamente caros (chegavam a custar US$ 10 milhões!!) e ocupavam uma sala inteira devido ao seu tamanho. A sua popularização iniciou-se com o lançamento, em 1976, do primeiro computador pessoal: o Apple I, criado pelos norte-americanos Steve Jobs e Stephan Wozniak. Em 1981, surgiu o PC (Personal Computer), lançado pela IBM (International Business Machines), que rapidamente tornou-se sucesso de vendas. Daí para frente, a informática e o computador expandiram-se por toda a sociedade e, hoje, estão presentes no dia-a-dia das empresas, bancos, escritórios, supermercados, residências, etc. Não é à toa que Bill Gates, dono da Microsoft (empresa norte-americana de software – programas de computador), é o homem mais rico da atualidade. No caso da Internet, ocorreu um processo parecido com o descrito acima, mas a uma velocidade muito maior. A popularização da Internet nos últimos dez anos só foi possível graças às inovações introduzidas constantemente, ano a ano, no setor de informática e telecomunicações.
Hoje, se você tiver linha telefônica e computador equipado com modem (aparelho que permite a recepção e transmissão de dados via telefone) e o conectar a Internet – rede mundial de computadores –, poderá, entre outras coisas:
a) comunicar-se e trocar mensagens (por e-mail ou correio eletrônico) com pessoas ou empresas de qualquer lugar do planeta; além de participar de salas de bate-papo (chat) e grupos de discussão;
b) ter acesso a uma ampla variedade de informações, visitando sites diversos;
c) fazer download de textos, músicas e imagens;
d) ouvir rádios e noticiários on-line;
e) fazer compras, consultar sua conta bancária e encomendar produtos e serviços.
Não é preciso pensar muito para imaginar a revolução que isso significa em termos de informação e comunicação!

2.1.1 Pequena história da Informática e da Internet

1944 - Mark I, primeiro computador eletromecânico. Desenvolvido nos EUA.
1946 - Eniac, primeiro computador eletrônico. Precursor dos computadores atuais. Funcionava a válvula.
1947 - Invenção do transistor, aumentando a velocidade de processamento dos computadores.
1969 - A Arpanet, nos EUA, começa a interligar universidades e instituto de pesquisas.
1971 - Envio experimental do primeiro e-mail pelo pesquisador Ray Tomlinson.
1974 - Vinton Cerf e Bob Kahn apresentam o TCP/IP, protocolo para comunicação de dados online.
1974 - Microprocessador da Intel reúne todas as funções do processador central em um único chip.
1975 - Fundação da Microsoft, de Bill Gates.
1976 - Apple I, primeiro computador pessoal, inventado por Steve Jobs e Stephan Wozniak.
1981 - PC (Personal Computer), da IBM, com o sistema operacional MS-DOS, da Microsoft.
1984 - Macintosh, primeiro computador com ícones e mouse.
1985 - Windows, interface gráfica que permite o uso de ícones e mouse nos PCs.
1985 - O escritor William Gibson cria o termo "ciberespaço".
1991 - Surge a World Wide Web (www), serviço que permite a transmissão de dados (textos, imagens e sons) pela Internet, e a linguagem HTML (Hyper Text Markup Language), para a criação de web pages. Ambos foram desenvolvidos pelo pesquisador norte-americano Tim Berners-Lee.
1996 - Lançamento da WebTV, aparelho que conecta a televisão à Internet.
2000 - O MP3, formato para compressão de músicas, e o Napster, programa "peer-to-peer" que permite baixar e compartilhar músicas na Internet, levantam a polêmica em torno dos direitos autorais e da pirataria de CDs.
2004 – Começa a popularizar-se no Brasil o telefone celular com acesso a Internet.

2.2 BIOTECNOLOGIA

Segundo o site www.ambientebrasil.com.br, a Biotecnologia consiste no conjunto de tecnologias que utilizam células e/ou moléculas de organismos vivos “para produzir ou modificar produtos, melhorar geneticamente plantas ou animais ou desenvolver microorganismos para fins específicos. As técnicas de biotecnologia servem-se da engenharia genética, biologia molecular, biologia celular e outras disciplinas. Seus produtos encontram aplicação nos campos científico, agrícola, médico e ambiental”. Dentre as substâncias ou produtos desenvolvidos por meio da Biotecnologia, destacam-se os alimentos transgênicos, a insulina humana, plantas resistentes a vírus e herbicidas, antibióticos, hormônios e outros produtos farmacêuticos, biosensores utilizados na indústria eletrônica, etc.

2.2.1 Transgênicos

Os organismos geneticamente modificados (OGMs), também conhecidos como transgênicos, são desenvolvidos mediante alteração no seu DNA – material genético primário da maioria dos organismos. Por meio da engenharia genética, genes de uma espécie animal ou vegetal são retirados de um organismo e introduzidos em outro. Esses novos genes alteram a sequência de DNA, fazendo com que o organismo modificado produza, por exemplo, um tipo de substância diferente da que era produzida pelo organismo original.
A questão dos transgênicos é cercada de polêmica devido aos riscos que podem representar à saúde humana e ao meio ambiente. Apesar disso, nos EUA e alguns países como China, Canadá e Argentina, por exemplo, não há restrição aos transgênicos. Alimentos como milho, soja, batata, tomate e algodão - para citar somente alguns - são produzidos e comercializados em larga escala.
No Brasil, em 1998 foi aprovado o plantio de transgênicos, a nível experimental, em áreas dos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Em 2000, representantes de mais de 130 países reuniram-se em Montreal, no Canadá, e aprovaram o Protocolo de Biossegurança, que determina a rotulagem de carregamentos de grãos transgênicos.No entanto, a discussão sobre a segurança dos transgênicos está longe de acabar e os estudos e polêmicas sobre o assunto continuam.

2.2.2 Clonagem

Clonagem é o processo pelo qual são geradas cópias geneticamente idênticas – os clones – de um mesmo ser vivo (microrganismo, vegetal ou animal) através de reprodução assexuada, isto é, sem a participação de células sexuais (gametas). Quando a clonagem ocorre sem a intervenção humana é chamada de clonagem natural. É o que acontece com as bactérias, estrelas-do-mar, a maioria dos protozoários, determinados tipos de moluscos, crustáceos e leveduras, alguns mamíferos (como o tatu) e vegetais (como a bananeira, a parreira e a cana-de-açúcar). Quando a clonagem é produzida em laboratório, utilizando as técnicas da engenharia genética, dizemos que é uma clonagem induzida artificialmente. O exemplo mais conhecido desse tipo de clonagem é o da ovelha Dolly, que foi bastante divulgado pela imprensa no mundo todo. A clonagem de Dolly foi anunciada em fevereiro de 1997 por uma equipe de pesquisadores chefiada por. Ian Wilmut, do Roslin Institute, de Edimburgo, na Escócia. Em julho daquele ano, a mesma equipe anunciou a clonagem da ovelha Polly – o primeiro clone animal com gene humano. Esses são apenas dois exemplos em meio a muitos outros. Consulte jornais e revistas para maiores detalhes.
Clonagem humana – Apesar dos avanços obtidos na clonagem induzida de animais, a clonagem de seres humanos é um assunto que dá margem a debates ainda inconclusivos, pois envolve questões técnicas, éticas e religiosas bastante delicadas. Também há muito sensacionalismo em torno da questão. Exemplo disso foi a novela “O Clone”, da TV Globo, em que o tema foi levado ao grande público de forma superficial e totalmente fantasiosa. Na novela, o personagem-clone chega a se apaixonar pela namorada do homem a partir do qual foi clonado!
Em novembro de 1997, a UNESCO (órgão das Nações Unidas) aprovou a Declaração Universal do Genoma Humano e dos Direitos Humanos, criticando a clonagem reprodutiva de seres humanos e recomendando a sua proibição. Vários países já possuem leis contra a clonagem humana, dentre eles o Brasil. Em janeiro de 2001, o Reino Unido aprovou a clonagem de embriões humanos para fins terapêuticos. Em agosto de 2004, essa decisão foi confirmada pelas autoridades britânicas, que permitiram que um grupo de cientistas comece a utilizar embriões humanos como fonte de células-tronco (células que podem virar órgãos e tecidos de qualquer tipo) para o tratamento de diabéticos.

2.3 GENOMA HUMANO

Formado em 1990, o Projeto Genoma Humano (PGH) é um empreendimento internacional de iniciativa do setor público, liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (NHGRI), dos EUA, e pelo Instituto Sanger, do Reino Unido, do qual também participam centros de pesquisa de vários países, dentre eles o Brasil. Além do PGH, muitas empresas privadas, como a norte-americana Celera (EUA), também conduzem pesquisa sobre o genoma humano. Genoma é o conjunto de elementos genéticos constitutivos de um indivíduo. O mapeamento e sequenciamento genético do DNA humano podem ajudar na identificação e prevenção de várias doenças, como o câncer, por exemplo. Em 14 de abril de 2003, o Projeto Genoma Humano anunciou, oficialmente, o sequenciamento completo dos 3 bilhões de bases do DNA humano.

CONCLUSÃO

Ao final da leitura deste texto, você deve ter percebido que é cada vez mais difícil nos dias de hoje separar o que é realidade do que é ficção científica, assim como o que é conhecimento e informação do que é poder e dominação. Lembram-se dos filmes citados no começo deste texto? Eles nos lembram que a Ciência e as novas tecnologias devem ser usadas para o bem do Homem e o desenvolvimento da Humanidade, e não para a sua destruição ou opressão. Nós também precisamos nos libertar de “Matrix”.
(EDSON LUÍS ROSA - Texto escrito em 2004 para uma coleção didática da Editora Frase)

OBS.: É permitida a livre reprodução deste artigo desde que sejam dados os créditos a seu autor.

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